O chairman e CEO do Google, Eric Schmidt, afirmou que a tecnologia é como uma encruzilhada e que as próximas mudanças serão em torno de mobilidade, geolocalização e mídias sociais, e que se desdobrará para criar um ecossistema que seja verdadeiramente “real time”.
Durante a sessão de entrevista do keynote speaker do Dreamforce 2011, o CEO da Salesforce, Marc Benioff, pediu à Schmidt para detalhar o passado da indústria da tecnologia, o momento atual e onde estaremos no futuro e, de acordo com o CEO do Google, uma coisa e muito clara: ficar parado não vai fazer com que as coisas parem.
Schmidt relembrou seus dias na Sun, há quase duas décadas, onde jovens inovadores estavam desenvolvendo sistemas que hoje seriam chamados de cloud computing. “Nós estávamos certos há 15 anos, e apenas esperávamos pela tecnologia certa para terminar o processo”, afirmou o executivo, refletindo sobre as redes de computadores do passado.
Hoje, os sistemas são menos complicados e criam ecossistemas onde companhias não precisam mais gastar milhões de dólares e esperar por muitos anos para desenvolver novos ciclos de inovação para se sustentar. Cloud computing e tecnologias para mobilidade, segundo o executivo, têm “dizimado” esta ideia.
Para o CEO do Google, a tecnologia é envolvida em quatro fases: a primeira foi a conectividade básica, seguida pela conexão e publicação. Depois, a fase de aplicativos tomou conta do negócio e hoje a indústria está enraizada com a tecnologia social e pessoal.
Durante esse tempo em que está à frente das ações do Google, Schmidt disse que o entusiasmo e juventude são contagiantes e isso fez com que a inovação ocorresse mais rapidamente.
“O que eu gosto a respeito do Google, é que existe a sensação de tudo é possível, afirmou. “Hoje os sistemas se tornaram mais flexíveis, as mudanças podem ser efetuadas diariamente, com pequenas doses de dor de cabeça, uma mudança drástica em comparação aos anos que passaram. As empresas estão embarcando nos modelos dirigidos para os consumidores, e correndo junto a isso”.
“Muitas pessoas duvidaram que a computação na nuvem e os modelos de aplicação poderiam funcionar”, disse Schmidt, relembrando que essas pessoas chamavam essas tecnologias de “sistemas de brinquedo”. Mas empresas inovadoras tomaram a bola e correram em direção a essa meta, criando, por exemplo, os sistemas de localização e inteligência, que hoje influem diretamente na tomada de decisões.
“Nós podemos prever quando você vai ficar parado no engarrafamento…”, disse ele. “Você fala de tempo real. Hoje, realmente se trata de tempo real”.
E com o Android sendo ativado por dia em cerca de 550 mil smartphones, a fome pelo novo modelo de tecnologia cresce, afirmou o CEO. Só para lembrar, o Google recentemente adquiriu a Motorola Mobility, negócio que espera ser finalizado nos próximos meses, o que deu à gigante das buscas o componente de hardware que a companhia precisava para conter o ciclo completo de desenvolvimento de mobilidade, além de acrescentar um vasto número de patentes para dar continuidade aos planos de mobilidade da corporação.
A revolução da mobilidade, juntamente com outras maciças mudanças criadas por mentes inovadoras como Steve Jobs, que renunciou ao cargo de CEO da Apple no final do mês passado, levantou e mexeu com os alicerces da indústria, mostrando que novos modelos sempre serão possíveis. Schmidt chamou a performance de Jobs à frente da Apple como a mais importante dos últimos 50 anos; e ele fez isso duas vezes.
“É uma das raras companhias que se mudaram para novas plataformas e deram certo”, afirmou. Quando foi questionado sobre o motivo do qual Steve Ballmer, CEO da Microsoft, não consegue ter a mesma mão que a Apple teve, Schmidt respondeu simplesmente que se trata de “capacidades diferentes”, dizendo que a fabricante do Windows traçou um modelo de negócios de controle e licenciamento que não começou voltado para o consumidor, enquanto a Apple foi direto ao usuário final e as empresas foram atrás desta onda.
Agora, inovadores como o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, estão liderando os novos caminhos e pavimentando-o para uma nova gama de inovadores. E para cada grande líder hoje, um novo certamente irá surgir.
“Eles vão mudar o mundo”, afirmou o CEO, acrescentando “Eu estou muito entusiasmado sobre o que a próxima geração de companhias poderá desenvolver sobre as plataformas existentes”.