quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Gift Cards começam a ganhar popularidade no Brasil


Consumidor começa a quebrar barreira cultural e investir nos cartões na hora de presentear. Marcas utilizam o produto como forma de gerar fidelização e experimentação

Por Leticia Muniz, do Mundo do Marketing

leticia.muniz@mundodomarketing.com.br

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Largamente difundidos nos Estados Unidos, os Gift Cards vêm ganhando popularidade no Brasil. Os cartões são uma opção para quem quer presentear, mas tem medo de errar ou prefere deixar a outra pessoa livre na hora de escolher o seu próprio presente. Marcas como a Camicado e O Boticário investem na modalidade de compra e esperam por um crescimento constante desta forma de vender.

A loja de artigos para casa Camicado oferece os cartões-presente há três meses em seu portfólio de produtos. Trata-se de um plástico que pode ser carregado pelo consumidor com qualquer valor a

sua escolha entre R$ 30,00 e R$ 1.000,00. A sugestão de oferecer o produto veio dos próprios clientes que muitas vezes pediam os gift cards nas lojas e no site da rede.

A ideia foi ampliar o leque para consumidores que ficam indecisos na hora de fazer uma compra. “Por mais que tentemos agradar nosso cliente, sempre tem aquele que fica em dúvida na hora de escolher o presente. Por isso, e depois de vários pedidos, decidimos disponibilizar o cartão”, explica Alexandre Medeiros, Gerente Financeiro da Camicado, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Cartão como opção para quem não quer errar
Na loja há dois tipos de consumidores: aquele que chega indeciso e não sabe o que comprar e o que vai ao estabelecimento em busca do gift card. O que não há dúvida, no entanto, é sobre a mudança na forma de pensar do brasileiro, que já não vê uma barreira tão grande em dar um cartão ou vale como presente.

Para divulgar o produto, a Camicado vem investindo em ações de Marketing no site e dentro das lojas físicas. “Também trabalhamos muito para lembrar aos nossos colaboradores para que eles não se esqueçam de oferecer aos clientes essa opção. Atuamos muito fortemente nas datas comemorativas. Ainda não temos dados compilados sobre estes três meses, mas podemos afirmar que a procura por este produto só vem crescendo e ainda deve crescer mais para o próximo ano”, conta Alexandre Medeiros.

Outra empresa que oferece a opção é a rede O Boticário, que disponibiliza os gift cards como uma forma de dar comodidade aos seus clientes. Nos últimos quatro anos, as vendas do produto nas lojas cresceram 70%. O plástico pode ser carregado de acordo com a vontade do comprador, com valores múltiplos de 10 entre R$ 30,00 e R$ 500,00. Como diferencial, a marca incorporou no cartão a fragrância de suas lojas, com uma combinação dos cheiros de cremes, loções e itens de perfumaria.

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Produto cada vez mais aceito
Também no ramo dos gift cards, o Peela oferece cartões com opções voltadas para a diversão e entretenimento. A empresa conta com a parceria de diversos varejistas e está presente em mais de 150 pontos de venda no Brasil. Apostando no crescimento deste mercado, o Peela pretende emitir 1,1 milhões de cartões em 2013, chegando a 450 marcas parceiras e alcançando um faturamento de cerca de R$ 60 milhões.

O produto vem sendo cada vez mais aceito pelos brasileiros. “É uma quebra de barreira. As pessoas estão mudando aquela visão de que é ruim entregar um cartão no lugar do presente. A aceitação está crescendo a medida em que crescem os pontos de venda e o mix de produtos”, comenta Eduardo Almeida, Sócio-Fundador do Peela, em entrevista ao portal.

Muito mais de uma opção prática de presente, os gift cards podem ser usados pelas marcas como uma ferramenta de Marketing, relacionamento e fidelização. Isso por que, na maior parte dos casos, o consumidor que recebe o plástico não gasta apenas o valor que foi destinado, já que é difícil acertar no valor do presente a ser escolhido.

Outra questão é a forma de as empresas estimularem a visitação nos seus pontos de venda e aumentarem o ticket médio. “O presente em si faz com que esse vínculo seja menor. Os gift cards trazem quesitos que, se bem trabalhados, agregam muito para as marcas. 

É também importante lembrar que os vales deixam as sensações e as lembranças, aquilo que chamamos de dádivas de marca. 

O que precisa é apenas uma mudança cultural para que o brasileiro passe a assimilar melhor este produto e as marcas possam usufruir de todo o valor agregado que há neste processo”, afirma Marina Pechilvanis, Sócia-Diretora da Umbigo do Mundo, especialista no assunto e colunista do Mundo do Marketing.