segunda-feira, 5 de março de 2012

Grandes empresas estão "em cima do muro" sobre Pinterest


Quem vai para o Pinterest?
FOTO: Reprodução
 
Quem já tinha ouvido falar sobre o Pinterest antes do começo deste ano, aqui no Brasil? 

A mais nova queridinha entre as redes sociais ganhou bastante exposição nas últimas semanas, mas poucas pessoas sabiam exatamente qual a utilidade do site (o que é comum neste segmento). As marcas, então, nem se fale.
 
Há internautas que estão no Pinterest mas ainda não entendem o que acontece na rede, que, simplificando, funciona como um punhado de quadros nos quais se coloca outro punhado de coisas (fotos, textos, vídeos, desenhos etc.). Os primeiros são chamados de "boards", os segundos, de "pins".

"Tudo o que é novo e tem uma aceitação fenomenal, como é o caso do Pinterest, que em pouco tempo já conseguiu mais de 10 milhões de usuários, vale a pena dar uma olhada", diz Wagner Martins, sócio-diretor da Espalhe. "Mas é uma visão míope achar que sempre algo que aparece é um novo caminho. Sempre vale a pena entrar, entender e fazer um teste, mas fazendo uma análise de como a rede social pode ser útil para você ou sua marca."

A agência é responsável pelo indexSocial, que acompanha a performance das marcas brasileiras nas redes sociais. O último levantamento mostra que Guaraná Antarctica, Skol, Brahma Futebol, L'Oreal e Claro Brasil foram as que mais investiram nesses sites durante fevereiro de 2012. Pela lógica, devem ser as primeiras - ou as mais entusiasmadas - a apostar no Pinterest.
 
Pequeno gigante
 
Mercados que conheceram o serviço antes viram ele passar por um crescimento descomunal. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve um salto de 2.000% no número de page views entre junho (20 milhões) e outubro de 2011 (421 milhões). Além disso, o site se tornou o que mais rápido ultrapassou a barreira dos 10 milhões de visitantes únicos na história.

"Como na maioria dos serviços online, o sucesso da rede entre os usuários é o que dirige a aproximação das marcas às redes ou não. E o que vemos com o Pinterest é uma taxa de crescimento muito acelerada, uma boa avaliação dos usuários e cobertura da mídia", comenta Thiago Guedes Hackradt, gerente de marketing da Guaraná Antarctica. "Por regra, esses ingredientes costumam anteceder grandes sucessos."

Das marcas nacionais que estão à frente quando o assunto é rede social, pelo menos três ainda não têm certeza sobre como (e se vão) embarcar nesta. O discurso de Guaraná Antarctica e Skol é bem parecido com o da Claro, cuja área de mídias sociais ainda está "analisando a nova rede". "Não adianta ter um conteúdo editorial bem definido, visto que o Pinterest ainda não disponibiliza recursos para aumentar base", justifica Harry Lewis, gerente da plataforma jovem da Skol.

Apesar de ter sido lançada em 2010, a plataforma só foi "descoberta" no fim do ano passado e os interessados precisam de convite, então talvez seja cedo para cobrar a presença de perfis corporativos por lá - mesmo que já existam alguns.
 
O que fazer?
 
Para o executivo da Skol, se quiser se aventurar ali, "uma marca pode agir sendo curadora de temas interessantes e 'alfinetando' esses conteúdos de forma organizada como um serviço para os consumidores". Hackradt, da Guaraná Antarctica, completa: "Certamente, parte da 'forma correta' passa por um conteúdo incrível, que possa se destacar do mar de imagens que são compartilhadas na rede diariamente. Investir na qualidade do conteúdo é essencial para qualquer ativação."

Mas é preciso ter cautela e estudar se vale a pena investir, de acordo com Martins, da Espalhe. Ele pontua que a empresa tem de entender se determinadas redes sociais combinam com o mercado em que ela atua. "Atualmente as 10 marcas mais influentes no Pinterest são empresas de decoração, design, produtos de beleza e receitas, conceitos quase 100% visuais, e estão tendo uma boa aceitação do público usuário."

Pode ser melhor esperar até que o site amadureça, para não errar com os internautas. Até porque, como explica Martins, "quem define o verdadeiro conceito de cada nova rede social é o próprio usuário".

Por Leonardo Pereira