segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Celular completa 20 anos de evolução rápida na vida dos brasileiros

Bárbara Forte

Com funções diferenciadas, como TV, internet e câmera, os celulares chegaram a todos os brasileiros Com funções diferenciadas, como TV, internet e câmera, os celulares chegaram a todos os brasileiros

A comunicação, onde quer que as pessoas estejam, tornou-se imprescindível no dia a dia do brasileiro. Prova disso é a evolução acelerada dos telefones celulares no pais.

Em apenas 20 anos, passamos de aparelhos pesados e quase sem sinal para telefones revolucionários, com internet, câmera e redes sociais. A mania virou tanta que, de acordo com um levantamento divulgado em novembro pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), este ano o Brasil ultrapassou a marca de mais de um celular por habitante – índice superior ao de países como a França, os Estados Unidos e o Japão. 

Gabriel Anseloni é um exemplo claro de quem não deixa o celular de lado. Com apenas nove anos, o menino diz que não vive sem o aparelho. “Ele serve para tudo. Nele ouço música, falo com os meus amigos, acesso o Orkut, Facebook, Twitter”, afirmou o jovem, que se diz apenas mais um no grupo de crianças antenadas nas novidades do mundo das telecomunicações.

O diretor de produtos da Motorola no Brasil, Edson Bortolli, acredita que uma reação como esta está ligada diretamente à instantaneidade e a uma nova rotina que o brasileiro adotou em sua rotina. “O brasileiro tem uma vida muito urbana atualmente. Ele fica horas no trânsito e precisa se comunicar, marcar um encontro, discutir algo, ou ainda estar conectado para resolver problemas no trabalho”, afirmou. 
Por isso, o pai de Gabriel, Wagner Anseloni, de 50 anos, também precisou se adaptar. “Precisei pegar carona na onda dos celulares, pois ele se tornou mais importante que um telefone fixo atualmente”, disse o empresário do setor automobilístico. “Nunca estamos em casa e sempre precisamos nos comunicar, de onde quer que estejamos”, completou. 
Um dos pais da criação dos aparelhos celulares, Martin Cooper, no entanto, não poderia prever que sua genial ideia de um telefone sem fio com mobilidade fácil e acesso rápido poderia virar uma mania mundial. Segundo Bortolli, Cooper podia imaginar que haveria uma renovação, mas não como a que existe hoje. ”Nós mesmos temos horas em que achamos que não existe mais nada a ser inventado. E quando vemos, já estamos aprimorando e desenvolvendo mais uma tecnologia”, explicou. 
Na contramão da tecnologia
Já Raimundo Miranda, o avô do jovem Gabriel, não está na lista dos brasileiros que se adaptaram totalmente à mania da telefonia móvel. O senhor de 74 anos, que foi um dos primeiros entre os amigos a ver televisão a cores e comprar carro, acredita que este tipo de tecnologia apenas complica a vida das pessoas.
“Estamos cada vez mais longe um do outro. Acompanho meu filho e minha filha me ligando, conversando e vê-los que é bom... nada”, afirmou o aposentado.
Entretanto, de acordo com o presidente de produtos da Motorola, a vida urbana foi a responsável por deixar as pessoas mais distantes umas das outras. "O celular só é um mecanismo de aproximação atualmente. Mesmo presos em compromissos, trabalho e trânsito, podemos estar 'próximos'", afirmou. 
Mesmo assim, o aposentado que não gosta da ideia de conversar virtualmente, a quilômetros de distância, acredita que nos dias de hoje é imprescindível, realmente, ter um bom aparelho. "Esses smartphones são muito interessantes. Adorei poder colocar músicas, posso tirar fotos dos meus netos, mandar mensagem quando não consigo falar e acessar a internet", disse. 
E o que parece surpreender o brasileiro, como os primeiros celulares que chegaram ao país e, posteriormente, outras tecnologias, não está no começo. "Sempre teremos surpresas nessa área. A procura por novidades nunca acabará", explicou Bortolli.
Fonte: www.band.com.br