por Ethevaldo Siqueira
A telefonia celular brasileira nasceu há exatamente 20 anos no Rio de Janeiro, com a inauguração do primeiro serviço pela antiga Telerj, concessionária do Sistema Telebrás. Como a procura era muito superior à oferta, a operadora resolveu estabelecer uma barreira para “controlar a demanda”. Passou a exigir dos assinantes uma caução equivalente a US$ 22 mil, a ser retida por um período mínimo de dois anos. Na devolução, a concessionária só pagava o valor corrigido pelos índices de inflação. Mesmo nessas condições leoninas, quase 2 mil cariocas aderiram ao plano da Telerj.
Em sua maioria, os aparelhos de 1990 eram celulares veiculares, assim chamados porque eram instalados dentro de veículos. Tijolões analógicos, eles pesavam quase 5 quilos e sua bateria, fora dos veículos, só tinha autonomia para 30 minutos de conversação.
Em dezembro de 1991, foi a vez de Brasília lançar sua rede celular, atendendo inicialmente a 2.500 assinantes. Ao longo de 1992, diversas capitais brasileiras passaram a ter seus sistemas celulares, a começar de Salvador. No final daquele ano, Londrina e Uberlândia foram as primeira cidades do interior a ter serviço de telefonia móvel.
Finalmente, em 1993, São Paulo tornou-se a 14ª cidade do País a dispor de celular. Sua rede inicial não passava de 21 mil terminais. A comercialização das linhas era feita por um valor equivalente a US$ 3.500, sem incluir o preço do aparelho.
Mudança radical
As telecomunicações brasileiras ganharam novas perspectivas com a posse do ministro Sérgio Motta, das Comunicações, em janeiro de 1995. No ano seguinte, começou o processo de abertura e de liberalização setorial, com a destinação da banda B do celular à competição.
O leilão da banda B rendeu mais de R$ 8 bilhões. A BCP, joint-venture da americana Bell South e do Grupo Safra, comprou a segunda licença de celular da Grande São Paulo por R$ 2,5 bilhões, o que correspondia a quase US$ 2,5 bilhões. Após esse leilão, mais dez operadoras da banda B passaram a competir em todo o Brasil com as empresas do Sistema Telebrás, que atuavam na Banda A.
Com a competição, chegou a tecnologia digital. E os preços despencaram. A BCP passou a competir em São Paulo com a Telesp Celular com a tecnologia digital TDMA. E bateu um recorde mundial, ao comercializar 1 milhão de linhas em apenas nove meses.
O maior destaque brasileiro de 1997 foi a aprovação pelo Congresso da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), que mudou radicalmente o cenário setorial, a começar da criação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O ano de 1998 foi o da privatização da Telebrás, ocorrida em 29 de julho. O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, não chegou a ver o resultado de seu trabalho porque faleceu em abril.
No dia da privatização da Telebrás, após 25 anos de atividade, a estatal legava ao Brasil a densidade franciscana de apenas 14 telefones por 100 habitantes, num total 24,5 milhões de acessos (19 milhões fixos e 5,5 milhões móveis ou celulares). O Brasil tinha, então, 4 milhões de internautas.
A grande explosão
O crescimento da telefonia celular a partir da privatização da banda B e da Telebrás foi explosivo. Em 2003, o número de telefones móveis em serviço ultrapassou o de telefones fixos no Brasil: 40,5 milhões móveis contra 39,5 milhões de fixos.
O cenário de 2004 foi de retomada do crescimento mundial da internet, depois de ultrapassar anos de baixo crescimento em decorrência da bolha. Naquele ano, a mexicana Telmex comprou a Embratel pagando US$ 400 milhões à MCI norte-americana, equivalente à metade do valor de privatização da empresa brasileira. A empresa mexicana já controlava a operadora celular BCP (atual Claro). O ano de 2008 assinalou a chegada da terceira geração (3G), que hoje já alcança quase 20% do total de assinantes do País.
A seguir, alguns dados que mostram o crescimento do celular nos últimos 20 anos: em 1994, um total de 800 mil celulares em serviço; em 1998, a rede alcançou 6,5 milhões; em 2000, chegou a 20 milhões; em 2003, alcançou 47 milhões; em 2004, atingiu os 65 milhões; em 2006, quebrou a barreira dos 100 milhões; em 2008, já eram 150 milhões.
Neste final de 2010, aproximam-se de 200 milhões os celulares em serviço. No cenário mundial, o Brasil está entre os cinco maiores mercados de telefonia celular, com data de outubro de 2010:
1. China ……………….... 833 milhões
2. Índia ………………..... 679 milhões
3. Estados Unidos …...... 298 milhões
4. Rússia ……………...... 217 milhões
5. Brasil ……………....... 194 milhões
6. Japão ………………... 119 milhões
Fonte: O Estado de São Paulo
Em sua maioria, os aparelhos de 1990 eram celulares veiculares, assim chamados porque eram instalados dentro de veículos. Tijolões analógicos, eles pesavam quase 5 quilos e sua bateria, fora dos veículos, só tinha autonomia para 30 minutos de conversação.
Em dezembro de 1991, foi a vez de Brasília lançar sua rede celular, atendendo inicialmente a 2.500 assinantes. Ao longo de 1992, diversas capitais brasileiras passaram a ter seus sistemas celulares, a começar de Salvador. No final daquele ano, Londrina e Uberlândia foram as primeira cidades do interior a ter serviço de telefonia móvel.
Finalmente, em 1993, São Paulo tornou-se a 14ª cidade do País a dispor de celular. Sua rede inicial não passava de 21 mil terminais. A comercialização das linhas era feita por um valor equivalente a US$ 3.500, sem incluir o preço do aparelho.
Mudança radical
As telecomunicações brasileiras ganharam novas perspectivas com a posse do ministro Sérgio Motta, das Comunicações, em janeiro de 1995. No ano seguinte, começou o processo de abertura e de liberalização setorial, com a destinação da banda B do celular à competição.
O leilão da banda B rendeu mais de R$ 8 bilhões. A BCP, joint-venture da americana Bell South e do Grupo Safra, comprou a segunda licença de celular da Grande São Paulo por R$ 2,5 bilhões, o que correspondia a quase US$ 2,5 bilhões. Após esse leilão, mais dez operadoras da banda B passaram a competir em todo o Brasil com as empresas do Sistema Telebrás, que atuavam na Banda A.
Com a competição, chegou a tecnologia digital. E os preços despencaram. A BCP passou a competir em São Paulo com a Telesp Celular com a tecnologia digital TDMA. E bateu um recorde mundial, ao comercializar 1 milhão de linhas em apenas nove meses.
O maior destaque brasileiro de 1997 foi a aprovação pelo Congresso da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), que mudou radicalmente o cenário setorial, a começar da criação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O ano de 1998 foi o da privatização da Telebrás, ocorrida em 29 de julho. O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, não chegou a ver o resultado de seu trabalho porque faleceu em abril.
No dia da privatização da Telebrás, após 25 anos de atividade, a estatal legava ao Brasil a densidade franciscana de apenas 14 telefones por 100 habitantes, num total 24,5 milhões de acessos (19 milhões fixos e 5,5 milhões móveis ou celulares). O Brasil tinha, então, 4 milhões de internautas.
A grande explosão
O crescimento da telefonia celular a partir da privatização da banda B e da Telebrás foi explosivo. Em 2003, o número de telefones móveis em serviço ultrapassou o de telefones fixos no Brasil: 40,5 milhões móveis contra 39,5 milhões de fixos.
O cenário de 2004 foi de retomada do crescimento mundial da internet, depois de ultrapassar anos de baixo crescimento em decorrência da bolha. Naquele ano, a mexicana Telmex comprou a Embratel pagando US$ 400 milhões à MCI norte-americana, equivalente à metade do valor de privatização da empresa brasileira. A empresa mexicana já controlava a operadora celular BCP (atual Claro). O ano de 2008 assinalou a chegada da terceira geração (3G), que hoje já alcança quase 20% do total de assinantes do País.
A seguir, alguns dados que mostram o crescimento do celular nos últimos 20 anos: em 1994, um total de 800 mil celulares em serviço; em 1998, a rede alcançou 6,5 milhões; em 2000, chegou a 20 milhões; em 2003, alcançou 47 milhões; em 2004, atingiu os 65 milhões; em 2006, quebrou a barreira dos 100 milhões; em 2008, já eram 150 milhões.
Neste final de 2010, aproximam-se de 200 milhões os celulares em serviço. No cenário mundial, o Brasil está entre os cinco maiores mercados de telefonia celular, com data de outubro de 2010:
1. China ……………….... 833 milhões
2. Índia ………………..... 679 milhões
3. Estados Unidos …...... 298 milhões
4. Rússia ……………...... 217 milhões
5. Brasil ……………....... 194 milhões
6. Japão ………………... 119 milhões
Fonte: O Estado de São Paulo