quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ISO 31000: A GESTÃO DE RISCOS E A COMUNICAÇÃO

Já ouviu falar em gestão de riscos corporativos? E crise de imagem? Se não ouviu, está na hora de começar a pesquisar o assunto e entender como a comunicação está envolvida nisso tudo, sob o risco – sem trocadilhos - de perder posição no mercado.
 
 
 
Até bem pouco tempo as empresas restringiam a sua comunicação basicamente à propaganda de produtos e serviços ou a comunicados à imprensa sobre tudo o que imaginavam ser “notícia” – o que, muitas vezes, significava exatamente lançamentos de produtos e o cumprimento de metas de vendas. (Ok – ainda tem muita empresa caindo nesta velha armadilha. Mas vamos nos restringir aqui à maioria da empresas que, minimamente, já mantém um plano de gestão e de comunicação). No que diz respeito à imagem das organizações junto a consumidores, sociedade ou outros formadores de opinião, a verdade é que muitas empresas só se preocupavam com o assunto no momento em que uma crise de imagem batia à sua porta. Para quem não está tão familiarizado assim com o tema, uma crise de imagem ocorre quando um problema que possa afetar a credibilidade da empresa torna-se de conhecimento público, e a forma mais comum disto acontecer é pela repercussão na mídia. Hoje, com a difusão das redes sociais, esta repercussão pode tomar proporções ainda muito maiores e mais velozes – daí as empresas no mundo todo estarem se preocupando cada vez mais com a sua comunicação e sua imagem: seja pela comunicação interna, pela comunicação com a imprensa, com investidores, governo, consumidor ou outros stakeholders. É crescente a consciência entre executivos do mundo todo de que o que estes públicos pensam sobre suas empresas (reputação) pode ter reflexos diretos em sua performance no mercado. Com isso, as últimas décadas inauguraram a era da profissionalização da comunicação corporativa. Começando pelas grandes organizações e chegando às médias e pequenas empresas, o fato é que passou-se a entender que a mesma mágica fascinante da comunicação on-line – redes, acesso remoto, home Office, computação em nuvem... – também pode oferecer riscos à segurança de informações da empresa. Riscos estes que precisam ser compreendidos e, dentro do possível, antecipados para que se miniminizem impactos negativos nos negócios. E aí entramos em uma outra era: a da Gestão de Riscos Corporativos. O leitor mais atento certamente vai dizer: mas a gestão de riscos já é realizada pelas empresas há muito tempo. Sim, de fato. Mas até a criação da ISO 31000, no final de 2009, a forma predominante de gestão de riscos enxergava a comunicação apenas como “área impactada” – ou seja, um problema que acontecesse em uma determinada área da empresa poderia afetar a sua imagem, a sua relação com algum stakeholder, e então era preciso um plano de comunicação reverter a situação. Normalmente a ação era apenas reativa mesmo. A novidade é que, a partir desta nova norma, a comunicação passa a ser vista como área impactante. Ou seja, a maneira como as organizações conduzem a sua comunicação também pode gerar um risco ao negócio e atingir negativamente a imagem e a reputação da empresa. Portanto, é preciso agir preventivamente, não mais de forma isolada, mas inserindo a comunicação no plano geral de gestão riscos.Assim, a ISO 31000 veio para auxiliar as organizações na implementação da Gestão Total de Riscos, qualquer que seja o seu tamanho ou setor de atividade e, portanto, já nasceu com um desafio: integrar as diversas formas de gestão de riscos, que até então estavam fragmentadas em departamentos: o jurídico tratava o assunto de uma forma, a área de segurança em TI de outro, a de saúde de outro, a de finanças de outro, a operacional outra ainda e seguia por aí a fora. E a comunicação ficava apenas com a “missão” de reagir a tudo isto caso algo desse errado. Isto gerava uma infinidade de nomenclaturas e utilização simultânea de diferentes métodos, que muitas vezes conflitavam entre si, não havendo um padrão que norteasse as empresas em que direção seguir.A nova norma internacional – elaborada por representantes de 30 países, entre eles o Brasil, por meio de uma comissão da ABNT - veio quebrar este paradigma e apresentar um padrão que reserva um papel muito relevante para a comunicação. Por ela, a área assume um papel efetivamente estratégico para a sustentabilidade e perenidade dos negócios de qualquer empresa. A nova ISO estrutura o processo em sete fases, sendo que a da comunicação e consulta é inter-relacionada e acaba por abranger todas as demais. Seu grande valor está em atribuir um padrão de comunicação – tanto externa quanto interna - pelo qual todos os responsáveis ou partes interessadas possam compreender os fundamentos pelos quais as decisões na empresa são tomadas e suas possíveis conseqüências.Enfim, a ISO 31000 promete mudar muita coisa ainda nos hábitos e costumes empresariais do mundo todo, obviamente com reflexos pelas terras tupiniquins também. 
 
postado por Elaine Lina

Fonte: www.resellerweb.com.br