sexta-feira, 8 de abril de 2011

Futuro da TI, segundo Gartner

Bruno do Amaral  
A computação na nuvem pode ser a bola da vez em se tratando de infraestrutura de TI, mas isso não quer dizer que seja a única tecnologia que possa ser utilizada agora ou no futuro. 


 
Com mais de 35 anos de experiência na área, David Cappuccio, vice-presidente de Gestão e chefe de Pesquisas do time de infraestrutura do Gartner, ministrou uma palestra em São Paulo durante a Conferência Gartner Data Center para contar as dez tendências para os próximos cinco anos.

Segundo Cappuccio, os temas-chave são: virtualização como pontapé inicial, grande volume de dados, monitoramento e eficiência de energia, comunicações unificadas, retenção de equipes, redes sociais, migrações para novas plataformas, densidade computacional, Cloud Computing e convergência de infraestrutura. 
 


Até o ano que vem, ainda de acordo com o pesquisador, a virtualização atingirá seu ponto crítico, transformando-se em um processo contínuo entre armazenamento, networks, aplicativos, desktops e servidores. As vantagens vão ficar ainda mais comuns com a implementação em plataformas móveis, como smartphones e tablets (clientes já existem nos sistemas iOS, do iPhone e iPad, e Android).

A demanda por grandes volumes de dados também já acontece, atingindo seu ponto crítico em 2013, com crescimento estimado de 800% em cinco anos. "Com mais acesso, há mais necessidade de dados - e isso vai piorar", afirma Cappuccio.

Com a grande demanda, há também um aumento no consumo de energia em Data Centers. A tendência é de que monitoramento e relatório de eficiência energética sejam comuns em 2012, com o desenvolvimento de aparelhos mais verdes. "O foco passará a ser no consumo e não em tecnologia", acredita.

Otimização

Já o monitoramento e automação serão críticos para a infraestrutura, diminuindo a necessidade de interferência humana onde possível. Mas isso não faz com que a unificação de comunicações seja menos importante, já que pode ser possível combinar o máximo de aplicações e situações possível para proporcionar maior eficiência, como integrar recursos VoIP com reuniões pessoais, ou e-mail com mensagens de texto pelo celular. "Eu realizo 80% do trabalho pelo telefone", diz Cappuccio.

O executivo acredita também que o foco vertical na equipe de TI é "limitador", sugerindo a experiência horizontal. A chave aqui é deixar o gerenciamento de projetos mais inteligente, com profissionais capazes de aprender e serem recompensados por isso. As redes sociais também serão a tendência, com a possibilidade de interferência na TI por parte dos consumidores. "Afinal, os novos trabalhadores vão utilizar as redes de qualquer forma, queira a empresa ou não", diz David Cappuccio.

Mudanças de paradigmas

A migração de sistemas também deverá acontecer nos próximos três anos, com o fim do suporte a plataformas como o Windows 2000 e XP, além da suíte de aplicativos Office 2003. A solução é começar o quanto antes, antecipando-se às "zonas de atrito" - ou seja, quando as companhias já tiverem saturado o ciclo de vida dos softwares.

A necessidade de aumentar a densidade em Data Centers vai ficar também crítica até o próximo ano, aproveitando a eficiência de energia e de infraestrutura, além de diminuir custos para proporcionar soluções de virtualização melhores. O futuro terá de ter escalas menores, como afirma o executivo da Gartner.

Tudo isso culminará no cloud computing, com serviços privados permitindo a melhora na agilidade até o momento em que se permita tornar híbrida, com serviços comuns em nuvens públicas. O momento crítico até 2013 deverá presenciar a diminuição dos Data Centers, assim como a melhoria na questão de segurança da plataforma.

Até o ano seguinte, ainda de acordo com Cappuccio, haverá a convergência da infraestrutura, com um design "completamente diferente" para os centros de dados via rede. "Sistemas baseados nesta manta serão o futuro eventualmente", garante.