terça-feira, 13 de julho de 2010

Redes sociais invadem o ambiente corporativo

Trabalho colaborativo proporcionado pela Web 2.0 inspira soluções empresariais e um novo paradigma de computação em nuvem

Os ambientes de trabalho não são mais os mesmos. Aliás, é bem possível que alguns deles já tenham desaparecido do mundo físico. Mas a equipe continua, com integrantes espalhados por várias partes da cidade, país e mundo, sem sacrificar a produtividade. É verdade que este ideário ainda causa dores de cabeça à TI, sobretudo em questões relacionadas à segurança, mas o aprimoramento das tecnologias e as mudanças causadas por diversos acontecimentos, como a última crise financeira global, fazem com que temas como home office, colaboração, rede social e mobilidade integrem a pauta de prioridades dos executivos.
E já que o mercado tem aderência para isso, a nova geração de ferramentas colaborativas lançadas recentemente promete revolucionar os ambientes corporativos. O jeito de trabalhar da Web 2.0 tem inspirado as fábricas de software a aproveitar o poder da chamada collaboration. É o caso do Chatter, plataforma de colaboração para o ambiente de negócios, lançada oficialmente em junho pela Salesforce.com, companhia bastante conhecida pelo seu CRM na modalidade software como serviço (SaaS).

"O Charter é uma ferramenta que adapta as melhores práticas das redes sociais para o ambiente corporativo", explica Rogelio Montekio, diretor de marketing da Salesforce.com para América Latina e Caribe. No caso, a inspiração no Facebook não é mera coincidência. Os recursos e exemplos popularizados por essa rede social são emulados e aperfeiçoados. Quando a plataforma foi apresentada à clientes e parceiros, em novembro último, o CEO da companhia, Marc Benioff, afirmou que a intenção era levar o Facebook para as empresas.

Um colaborador brasileiro pode, por exemplo, seguir o perfil de um diretor dos Estados Unidos que trabalha no mesmo segmento. As experiências são compartilhadas. "Com a integração da plataforma, é possível ‘seguir" pessoas, processos de negócios e dados de aplicativos", diz Montekio. "Ao ver como tudo isso é usado por outras pessoas, há um ganho de produtividade para todos."

O poder desse tipo de solução amplifica-se com o uso de uma evolução de cloud computing. Novos mantras passam a ser entoados nesse segmento, como a chamada "rede social corporativa". Os executivos da área já menciona uma segunda fase da computação em nuvem, batizada de Cloud 2.

Será mais um lance de marketing? Os especialistas afirmam que não. Segundo eles, o mercado começa a viver um novo paradigma d e cloud. A primeira etapa teria se caracterizado por soluções de baixo custo, com ênfase no desktop. A Cloud 2 teria DNA social, com foco no trabalho colaborativo em tempo real, utilizando as vantagens da nova geração de dispositivos móveis.

Diante das demandas e desafios proporcionados pela era da colaboração, diversas empresas investem neste segmento. A Salesforce é apenas mais uma a apostar e acredita ter condições de ganhar uma fatia do mercado ao incluir sua plataforma dentro do pacote de CRM. Mas Google, Cisco, Microsoft e IBM têm investido pesado e prometem fazer barulho neste mercado.

Nas próximas reportagens desta série, o IT Web fará um mapeamento das novas tendências em soluções de colaboração. A ideia é esmiuçar as modificações que acontecem no ambiente de trabalho, o ganho dos novos recursos da nuvem para empresas de vários portes, a passagem de uma relação informal para uma profissional baseada nas mídias sociais e o impacto desse tipo de sinergia em projetos que envolvem voluntariado e práticas do terceiro setor.