sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

TI cria projeto de qualificação para surdos


IT Careers - Convergência Digital
:: Da redação As aulas do Programa de Capacitação de Surdos em TI, promovido pela Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) em parceria com a Derdic/PUC-SP (Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação), começaram no dia 1º de fevereiro. 
 


A iniciativa, que reúne capacitação profissional e inserção no mercado de trabalho, tem o objetivo de formar profissionais e promover a inserção social de pessoas com deficiência auditiva, além de auxiliar na redução do déficit de profissionais qualificados no setor de TI.

Os alunos foram recrutados e pré-selecionados pela Derdic/PUC-SP, por meio de um processo seletivo que identificou a aptidão e o interesse dos jovens pela área tecnológica. No total, são quatro cursos em TI: Operador de computador, Operador de rede de teleprocessamento, Técnico de apoio ao usuário de informática e Auxiliar de Escritório.

A turma que se inicia em 1º de fevereiro é a de Operador de Computador, cujo conteúdo programático será: fundamentos básicos de informática, noções de computação, metodologia para testes de aplicativos, manutenção de sistemas e aplicativos e outras disciplinas. Os 28 estudantes já foram, inclusive, contratados por quatro companhias apoiadoras do projeto – Atos Origin (10 alunos), Cast (5 alunos), Politec (2 alunos) e Resource (11 alunos).

Conforme determina o programa, os aprendizes receberão a remuneração de R$ 650,00, aprovada pelo SindPD (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Empregados de Empresas de Processamento de Dados do Estado de São Paulo).

“Ao todo, serão 24 meses de treinamento e qualificação, mas desde o início os estudantes serão contratados pelas empresas, tendo direito ao salário”, afirma Sergio Sgobbi, diretor de Educação e Recursos Humanos da Brasscom e responsável pelo projeto.

Além de suprir a demanda de profissionais de TI e incentivar a inclusão digital de jovens com deficiência, o projeto ajuda as empresas no cumprimento do que determina a Lei 8.213/91 (Lei de Cotas), que exige que a composição do quadro de funcionários inclua de 2% a 5% de funcionários com necessidades especiais. “Os jovens contratados como aprendizes preenchem também a cota de estagiários que as empresas devem cumprir”, explica Sgobbi.

O programa já possui uma segunda turma prevista, que terá início em 1º de março e será formada por 25 alunos. Inicialmente, apenas as associadas da Brasscom são contempladas pela iniciativa, mas a instituição pretende estendê-la a todas as companhias do setor.

“A demanda de TI é crescente e este programa será um marco para a inclusão de pessoas com deficiência no Brasil; esperamos poder ampliá-lo, de modo que também sirva de exemplo para outros segmentos da indústria”, diz o diretor.